A geração que trabalha para pagar contas, enquanto finge estar feliz...



Essa manhã enquanto estive tomando meu café em minha cama quente e aconchegante, algo estralou em minha cabeça, e eu comecei a pensar incansavelmente, se eu realmente havia levantado da minha cama com vontade de trabalhar...
E acontece que toda vez que me questiono a respeito dessa vontade, chego a seguinte conclusão:
Gostaria de ganhar mais, fazendo algo que por coincidência também me satisfaça mais.
Não é que eu não goste do que faço, ou do ambiente onde trabalho, muito pelo contrário, amo as pessoas que me rodeiam nessas longas horas de trabalho, e acredito que gosto do que faço.
Mas no fim do mês, sempre chega a sensação de que recebo pouco, ou de que não fiz tudo o que poderia ter feito, ou até mesmo de que não estou completa com isso.
Talvez isso deva acontecer, porque de fato não estou satisfeita com tais acontecimentos, e então percebo que estou, no fim de tudo, trabalhando para pagar contas e fingir que sou feliz, muitas vezes ao lado de pessoas com quem eu nem queria estar, mas estou. 
porque foi assim que eu aprendi, foi assim que me ensinaram, que enquanto eu estiver trabalhando e pagando contas, a única coisa que importa é o dinheiro e a felicidade que ele me permiti fingir. E não sou só eu, não. Somos todos assim, trabalhando e fingindo. Cada vez mais vazios e sufocados pela exigência de nós para nós, "não importa o que você faça desde que você ganhe bem e consiga manter um sorriso no rosto" só isso, esse é o resumo das nossas vidas. 
E essa utopia de encontrar esse "algo a mais", vai correndo nessa correnteza de "faça isso", "faça aquilo",  "sorria aqui", "gargalhe ali", e vou só ficando vazia, vazando por esse furo de sociedade o resto de consciência que ainda tenho. E então me levanto da cama e vou trabalhar... 


Topo