Sertão, meu.

Meio dia panela vazia,
barriga fria,
nada pra comer,
deveria quem sabe beber?
Abre a torneira
a água não sai nem de bobeira,
se pergunta então pra que torneira?
Espera a um tempão
ao menos por um pedaço de pão...
anda até a porta
sente a perna torta,
senta,chora,desaba...
a se nem por um engano que fosse
a água pelo cano corresse,
mataria sua sede,
tapearia sua fome...
fome de amor,
cheia de torpor,
difícil de explicar fácil de o matar...
mas não,
não sente nem ao menos o seu coração,
mal ouve seu pulmão...
meio dia panela vazia...

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