Construção.

As ondas batem nas pedras, sinto o frio sob a sola de meus pés, caminho em silêncio, já não me resta nada a dizer. O dia é cinza, as portas do paraíso se fecharam por aqui, o meu desejo é negro, minha virtude está morta. Me resta recolher os cacos de sanidade que se espalham pelo arenoso chão, para poder enfim me recolher em minha grande casca conchuda, que repousa nas tristezas do mar. O amor é uma lástima, uma lamuria de uma criança faminta que é repelida do peito de uma mãe frustrada, um choro de um cão sem dono que chega ao mundo sem saber quem é. São coisas
inevitáveis, ostra quieta não produz pérola, casca conchuda sem moça abalada, não produz mulher determinada.

Freedom


Eu quero ser como um pássaro, livre da gaiola, para que eu possa voar, sem asas cortadas sem magoas pesadas, embora eu vá carregada de amarras soltas e risadas roucas.
Eu quero ser livre!

Life game

É isso que você quer para a sua vida? Não? Então levante-se, aposte todas as suas fichas, afinal, mais vale perder tudo pelo o prêmio que você deseja fervorosamente, do que terminar o jogo apenas com algumas fichas de segurança. Aposte enquanto ainda há tempo, aposte tudo, porque daqui pra frente vai ser assim pra mim : ou é tudo ou é nada!

Personas.

Ao longo de minha jornada tenho conhecidos diversos tipos de pessoas, algumas muito apaixonadas, ou seja, muito vulneráveis, algumas reservadas demais, ou seja, muito frias e solitárias, algumas inteligentes demais, ou seja, a nata da burrice da sociedade, e por fim as pessoas amantes de páginas em branco, ou seja, uma mistura de todas as outras pessoas existentes.
Não sinto meus sentidos, eles estão perdidos, de 24 horas de um dia, 22 horas eu gasto me lamentando, me lamuriando, torcendo (com direito a fazer figas) para que minha vida melhore, para que o grande momento de êxtase chegue, mas talvez não tenha nada para acontecer, talvez seja apenas isso, talvez eu seja um protótipo de foguete que não foi feito para decolar, uma caneta que parou de pegar em seu primeiro teste, e hoje vive em um canto esquecido por não saber fazer história.

Sobre escrever.

- Vamos começar Srta. A.
- OK.
- Em primeiro lugar, eu gostaria que você falasse um pouco sobre o porque desse enorme amor que você desenvolveu com a escrita?
- Bem, é que quando eu escrevo eu posso ser quem eu quiser, do modo que eu desejar, sem barreiras, sem fronteiras.
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